O processo de aprendizagem está diretamente relacionado com a maneira que lidamos com as relações e o mundo a nossa volta.
Atualmente, vivemos condicionados por um sistema que não oferece suporte nem suprimentos necessários para o desenvolvimento de um estilo de vida mais integrado com o planeta. Vivemos numa sociedade suicida, no sentido de estar caminhando para destruição de seus recursos naturais, no qual a sobrevivência está intrínsecamente dependente. Para exemplificar em termos biológicos: o ar que respiramos, a atmosfera que mantém o oxigênio disponível, a troca dos gases da camada de ozônio, o alimento provindo da Terra, a água que brota das nascentes, absolutamente tudo é importante para a sustentação da vida. Então, como é possível continuar com a excessiva destruição de tais recursos se a espécie humana quiser continuar viva? Isso se torna um paradoxo.
É prudente levar em conta também a relação de saúde com a do planeta, pois quanto mais nos afastamos do fluxo natural, ou seja, dos ciclos que mantém o natureza em seu funcionamento, mais artificial se torna nosso modo de vida sobre a Terra. Dito isso, tais “modus operandi” de viver criam inúmeras consequências que se revelam em forma de distúrbios emocionais como depressão, ansiedade, altos índices de estresse, pânico, etc.
Sendo assim, para contextualizar a situação atual, é interessante regressar à história e ver onde tudo começou. Em resumo, com a chegada da Revolução Industrial acontece o afastamento dos trabalhos manuais, claro que todavia tal mudança não é completamente maléfica, a automatização gerou uma facilidade imensa para trabalhos que não necessariamente requer uma atenção especial para assim otimizar o tempo. Porém, a gestão das escalas de produção e captação de recursos se tornou grandiosa e desmedida, o que não corresponde proporcionalmente com a capacidade regenerativa da Terra.
O que a educação tem a ver com tudo isso?
Diante desse cenário, podemos constatar que o retorno às menores escalas são muito mais eficientes para a manutenção e gestão de recursos do que a proposta de produtividade a qualquer custo. A visão gananciosa de obter sempre mais, em vez de ser colocado em prática aquilo que seria apenas o necessário de consumo próprio e subsistência, gera uma dificuldade imensa da homeostase terrena, pois sim, a Terra é um organismo vivo que se autorregula (veja Capra, A Teia da Vida).
Gerar consciência/educação ecológica, requer uma série de mudanças de paradigmas para que as novas gerações não repitam os mesmos erros e não sofram as consequências que deixaremos como herança.
Tal mudança requer olhar para o futuro coletivo. Sair da lógica mecanicista e perceber a interconexão entre todas as áreas de atuação e campos de saberes. Requer a transformação da percepção alienada de toda a cadeia produtiva para começar a enxergar o sistema por inteiro. Do micro pro macro. Olhar quais são os pontos de convergência que conectam cada rede; quais os efeitos e função de cada parte no todo.
A partir disso, podemos dialogar e construir novos caminhos possíveis, no qual recomendo estarmos atentos às novas tecnologias para otimização de um modo de vida mais saudável e, assim, mais regenerativo/sustentável, para ser possível uma educação em prol do planeta que vivemos! Educando cidadãos mais conscientes da vida e a teia ecológica.
Isabella Muniz
@eco.psicologia
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